A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC)
É uma técnica neuromoduladora segura e não invasiva que tem mostrado grandes resultados no tratamento de diversas condições neurológicas. Essa terapia é amplamente utilizada para estimular áreas do cérebro que estão hiperativas, promovendo melhorias tanto nas funções cognitivas quanto motoras, além de ser eficaz no tratamento de dor crônica.
Como Funciona a ETCC?
A corrente elétrica começa no ânodo (eletrodo positivo), que tem um efeito excitador, e se move para o cátodo (eletrodo negativo), que possui um efeito inibitório. O objetivo é alterar a comunicação elétrica entre os neurônios, ampliando ou reduzindo a atividade cerebral conforme a necessidade. A ETCC modifica o limiar de transmissão nervosa, facilitando ou dificultando a passagem de impulsos nervosos entre os neurônios.
O protocolo de tratamento é personalizado para cada paciente, ajustado de acordo com os sintomas e queixas principais. Associada a outras terapias já realizadas, a aplicação da corrente dura cerca de 20 minutos, em sessões totais de 45 minutos.
O tratamento é feito em ciclos de 10 sessões consecutivas, de segunda a sexta-feira, ao longo de duas semanas. A estimulação pode ser direcionada para diversas condições, incluindo:
- Dores agudas
- Condições neurológicas, como Paralisia Cerebral
- Autismo (TEA), com foco no aumento das capacidades físico-motoras e cognitivas
Indicação e Aplicabilidade aqui na NEUROPEDIA
Por ser uma técnica direcionada e segura, a ETCC pode ser feita de forma individual ou adicionada aos protocolos terapêuticos já utilizados na Neuropedia, como o PediaSuit e o ABA. Ela é indicada para uma ampla gama de condições neurológicas, promovendo resultados mais eficazes quando combinada com outras terapias.
Resultados e Benefícios da ETCC
Estudos demonstram que a ETCC apresenta efeitos promissores no tratamentos das condições acima citadas:
- Melhorias comportamentais: Relatos de melhorias significativas em sintomas como sociabilidade e hiperatividade.
- Funcionalidade geral: A técnica tem contribuído para avanços no controle motor e no desempenho geral, facilitando a comunicação entre os neurônios.
- Avanços comportamentais e emocionais: A TMS tem mostrado eficácia na redução da irritabilidade, comportamentos repetitivos, e compulsivos, além de melhorias notáveis na sociabilidade e hiperatividade.
Ambas as técnicas são eficazes na promoção de neuroplasticidade, uma característica importante que permite ao cérebro adaptar-se e reorganizar-se em resposta a novos estímulos. Para crianças com TEA, essa capacidade de reorganização cerebral abre portas para um desenvolvimento cognitivo e motor mais eficiente.
Evidências Científicas
Os estudos com tDCS relatam melhorias significativas nos sintomas e problemas comportamentais e na funcionalidade de pessoas com TEA, especialmente na sociabilidade e na hiperatividade. Já para a TMS, os estudos relatam melhoras significativas na sociabilidade, hiperatividade, irritabilidade, comportamentos repetitivos e compulsivos.
Além disso, para disfunções motoras, há relatos na literatura a respeito da melhora do equilíbrio e demais habilidades motoras. O tDCS pode facilitar mudanças na excitabilidade do córtex motor, melhorando o controle motor. A combinação de estimulação cerebral e exercícios motores parece ser promissora para melhorar o desempenho motor em crianças com TEA.
REFERÊNCIAS:
DJORDJEVIĆ, Mirjana et al. Exercise-Based Interventions Aimed at Improving Balance in Children with Autism Spectrum Disorder: A Meta-Analysis. Perceptual and Motor Skills, v. 129, n. 1, p. 90–119, 2022.
ZHANG, Jiawei; ZHANG, Hao. Effects of non-invasive neurostimulation on autism spectrum disorder: A systematic review. Frontiers in Psychiatry, v. 13, n. 4, p. 527–552, 2022.
SALEHINEJAD, Mohammad Ali et al. A systematic review of randomized controlled trials on efficacy and safety of transcranial direct current stimulation in major neurodevelopmental disorders: ADHD, autism, and dyslexia. Brain and Behavior, v. 12, n. 9, p. 1–21, 2022.